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O Livro do Tempo

O que se sabe hoje, é infinitamente menos do que na realidade existe!

O que se sabe hoje, é infinitamente menos do que na realidade existe!

O eterno dilema.

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O eterno dilema.

 

É um jogo de poder e uma guerra de tronos, com meios tão diferentes quanto as mais sensacionais histórias de aventuras, desta vez incorporada na mais dura e crua realidade vivente.

O vilão tem sempre mais e melhores meios, enquanto o bom da fita tem que procurar desmedidamente por meios de subsistência para contrapor os obstáculos, que parecem inultrapassáveis.

Há quem prefira simplificar as coisas e atribuir à dança dos tronos, uma coisa do indivíduo, da essência de cada um, ou o caracter demonstrado perante as diversas atribulações da operacionais.

A guerra entre o bem e o mal é tão velha, embora eu prefira dizer que está muito mais além do que a existência, tão antiga quanto a memória universal possa permitir registos históricos, ou melhor, pensamentos, sim, alcançar o inimaginável do onde tudo isso começou.

Tenho receio que as histórias dos filmes sejam apenas tentativas de revirar a realidade, uma realidade sonhada como se fosse um desejo de alterar o estado de coisas e isto porque aqui a coisa é a sério.

Um certo dia e por episódicamente se ter tornado importante, o amigo dizia, olha sabes que é preferível ser um covarde vivo, do que um herói morto e, embora a argumentação não tenha convencido totalmente, teve como resposta que apesar de tudo, o amigo preferia ser um herói vivo, o que no fundo não deixa de se um espaço ficcionado, onde entra um pouco de filme de animação.

Se considerarmos que as regras do futebol também têm aplicação neste espectro, com certeza que chegaremos também à conclusão que a melhor defesa é o ataque e quem se coloca a defender o resultado, mais cedo ou mais tarde, acaba por perder e sofrer com os golos que acabam por ser marcados.

Na realidade, os bons apenas defendem, não nasceram para atacar, mas sim para preservar, defender de algo que possa alterar um estado de coisas que é considerado como inatacável, ou que não deve ser atacado, ou em última análise que tem a consideração de posse como algo divino com os seus fundamentos de superioridade, para o bem de quem e o que abriga.

Não está preocupado em se munir de meios destrutivos, das últimas tecnologias ou das tácticas mais recentes para destruir. Tem como única preocupação defender e se estamos no mesmo patamar de compreensão de quem apenas defende, mais cedo ou mais tarde, acaba por perder desvantagem de resultado, potencializando perdas consideraveis.

Há meios para uns e outros meios para outros. A repartição é desigual, porque as capacidades não são iguais, os objectivos são bem mais fortes de um lado do que de outro e o alcance tem uma distância terrivelmente díspar. O nível de acesso de uns, guerreia com a dificuldade de conseguir tudo bem dentro dos meios legais, para que não se corra o risco de estar a trabalhar para ilibar um mal.

Dir-se-ia que a sorte trabalha os audazes que se colocam na dianteira e tomam a iniciativa de adequar uma acção boazinha, visivelmente a todos.

Em maus lençois está, quem assume as suas responsabilidades, como cidadão exemplar ou cumpridor, melhor dizendo. A guarda monta-se onde é possivel vigiar, quem está mais à mão e que permite um melhor índice de rentabilidade.

Os complexos bem protegidos, complexos de teias e de muralhas muito altas, com enorme dificuldade de alcance, exigiriam perícias várias, cambalhotas que seriam muito treinadas, com duvidoso passo de alcance e por isso, bem melhor ir ao que está mais facilitado.

Este é o eterno dilema que perdura e perdurará, até que uma decisão altere todo o movimento.

Talvez seja possivel acreditar que a sociedade se instalou nos dilemas dos resgates. Actualmente o meio do resgate existe para simplificar contas. Contas dos outros, contas de linhas infindáveis de créditos incontáveis, que passam de geração e geração, modo carmático para saldar dívidas de gratidão por momentos passados de horrores que ninguém casou, dos que saldam as dívidas.

Um momento errado, um gesto mau, uma deplorável decisão, sempre são comportamentos contra a humanidade, sejam eles de curto ou profundo impacto. Verifica-se que estes comportamentos mudam de posição com os tempos, de tanto clamarem por suas virtudes benéficas, como se de um tratamento termal se tratasse e então teremos a reviravolta do lado negro que passou a ser chamado de lado bom.

Que desproporção de meios!

Em nome dos desígnios, quantas vezes insondáveis!

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Em nome dos desígnios, quantas vezes insondáveis!

 

As decisões deveriam ter forma de serem explicadas, de serem examinadas, para que a capacidade das pessoas ficasse provada, quer por quem as toma, quer por quem as recebe e tem a orbigação de as acatar.

Sempre que se apela aos seres superiores, para tomar uma decisão, que muitas vezes o próprio até tem dificuldade de explicar, dá a sensação que se pretende passar um atestado de burrice às pessoas e isso deve ser evitável, para que não se fique depois a pensar que esse alguém que entende que deve tomar essa decisão, está a empurrar alguma coisa que até parece que é só do seu próprio benefício.

As grandes cruzadas para a libertação da terra santa dos pagãos, neste caso os muçulmanos que estavam a ocupar a terra do país de Jesus Cristo, os locais sagrados, tiveram o seu grande apelo em nome de Deus, com o apoio das linhas mais poderosas do mundo de então.

Estas aventuras ou operações militares, tinham como objectivo efectivo o aumento de poder e alargar de horizontes de actuação dos seus mais directos intervenientes, de um lado e de outro.

O que resta hoje desses acontecimentos, são apenas referências históricas de acções que contribuiram, até aos nossos dias, para aprofundar ódios e mal estar entre duas religiões que representam cerca de um terço da população mundial.

Se todos tivessemos consciência das consequências das decisões que são tomadas, no ecoar do tempo, então aí sim, haveria mais cuidado na estrutura das mesmas, seriam mais estudadas, mais medidas, para que o seu impacto tivesse e tenha os resultados pretendidos, não só no imediato, mas também no caminho do tempo. Isto aplica-se não só às  decisções de curto termo, como também às decisões de grande alcance temporal e o mesmo se aplica às mais simples decisões, aos comportamentos mais rotineiros de um dia comum, como à decisão mais complexa que mexe com a estrutura de uma sociedade inteira.

Na propalação dos ministérios em que se montam as decisões, deve caber uma estrutura digna de quem as toma e para onde são direccionadas. A dignidade é um termo que serve de exemplo, seja qual for o sentido, que veste roupagens concretas, assentes na condução da humanidade.

É muito comum vermos nos dias de hoje, embora com mais cuidado do que em tempos anteriores e aqui a minha dificuldade em localizar a anterioridade desse tempo, principalmente em eventos que mexem com grandes dinheiros publicos, os mesmos envolverem quantidades de dinheiro muito superior ao que seria normal no valor a prestar por esse serviço. Os seus protagonistas tomam decisões em nome do bem estar da população, do desenvolvimento do oaís, sustentando a legitimidade que o povo lhe outorgou para tomar qualquer tipo de decisão, incluindo as indevidas. Se um comportamento destes fossem bem estudado, antes de ser accionado, com certeza que uma parte deles, não o seria, pelas mais diversas razões, incluindo o possivel medo de ser apanhado em qualquer teia que fosse montada e que daí viesse o medo de ser preso, ou devolver o dinheiro que já não possuía.

Sustentar as decisões e comportamentos em nome de algo que não seja o próprio que as toma, normalmente dá mau resultado.

A civilização humana tem ao longo dos tempos criado os seus próprios meios de apredizagem e sustentar a consciência através desses mesmos meios.

O que se sabia no século décimo desta era é bem diferente do que se sabe hoje, incluindo a capacidade analítica dos seres humanos. O homem, e a mulher, desenvolve  ao longo dos tempos, formas de compreender melhor a diferença entre o bem e o mal, entre o que é bem aplicado e o que é usurpado, compreender com mais sagacidade quem toma as decisões para o bem comum ou tomar s decisões para o bem próprio. O que muda apenas são as caracteristicas adaptadas ao tempo.

A exemplo da mentira que sempre tem perna curta, a sustentação das decisões reune em si mesma toda a complexidade onde se alicerçou, onde foi buscar a observação temporal para a justificar, ou a coragem de fazer bem as coisas, de tomar as decisões devidas.

Uma das mais estonteantes e digo assim mesmo pela intrépida ousadia de si mesma, a história de muitas responsabilidades atribuirem a qualidade da governação à qualidade de participação dos eleitores, do povo, do coitado povo que precisa ser governado, aquele que se deixa governar.

Em nome de um desígnio maior, as responsabilidades de diversos quadrantes e mais diferentes pretensões, chamam a si mesmas a coragem de assumir dar a sua vida pelo povo e sempre tudo pelo povo, pese embora quando fechado o ciclo entra a lamentação da falta de reconhecimento de todos, incluindo o povo e o apoio que fugiu para evitar as penas .

O velho mestre diz, é isto meu povo, habituem-se a ter sempre um ambiente de refúgio para alcançar as pretensões. A ideia é fugir entre os pingos da chuva, porque por altura das decisões não há tempo para pensar, quanto mais estudar, sobre as consequências.

O ciclo dos actos é também uma verdade. O senhor da guerra também refere, que a melhor forma de a fazer, é evitá-la, a menos que se identifique com ela ou que a mesma seja inevitável, pelos mais diversos motivos e daí só aplicar as consequências com as práticas mais adequadas.

Em nome de qualquer desígnio, sempre está associada uma consequência.

A filosofia do enquanto der...

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A filosofia do enquanto der...

 

No início a alimentação existia para fazer sobreviver, para alimentar energia física necessária à substituição de queima de calorias, evitar a debilidade do corpo. Hoje a alimentação existe para engordar, mais e mais e enquanto houver comida que chegue para comer e para desperdiçar, assim continuará a ser, numa filosofia de ostentação, de mais, enquanto houver e enquanto der para engordar, não só fisicamente de acrescentar gordura, supérfulo, engordar uma coisa inexistente.

Quem diz alimentação, diz tudo o resto e quando digo tudo, é tudo mesmo sem restrições, porque restringir não é bom para o consumo e a dinâmica é consumir quanto mais melhor, porque isso engrandece todos os espíritos ganhadores de qualquer índice de crescimento, de prosperidade, de tardiamente constatar que enquanto houver disposição para consumir, foi uma farta mesa.

Já passou bastantes anos que tive a oportunidade de escutar Ernâni Lopes numa conferência, uma apresentação sobre economia e negócios e sobre os desafios do futuro. Uma mente brilhante que tivemos entre nós. Na altura não tinha assimilado completamente o significado do que havia sido dito, como: “inclusivamente exploramos e utilizamos o petróleo para queimar, é pobre demais” referia Ernâni Lopes. É como uma conta bancária, se apenas fazemos retirada de dinheiro, chegará o dia em que a conta estará a zeros e pior do que isso, as responsabilidades de pagamentos continuam a recaír sobre uma conta vazia de cumprimento de responsabildade.

A discussão sobre a sustentabilidade do planeta é, neste momento, uma teoria avançada assente numa filosofia do enquanto der, consome-se, quando não houver, logo se vê.

Louváveis são as inúmeras acções sobre a criação de alicerces à sustentabilidade da vida e esta palavra, sustentabiidade, não pode ser mais um termo para um aproveitamento de negócio, só para fazer mais dinheiro , para criar mais endividamento. Sustentabilidade passará a ser, cheguemos ou não a tempo de sustentar o planeta, a obrigação de manter viva a alma disto tudo.

Recordo-me do primeiro ensaio, nos meus tempos, aquele que tive consciência de constatar, que se começou a falar sobre a substituição do mais, para o melhor, que ainda hoje perdura. Ou seja, em vez de apenas considerar fazer mais, a primazia da quantidade, optar por fazer melhor, melhorar os índices, caminhar numa direcção de aprimorar, de melhor aproveitar.

Uma vez mais é necessário ter em consideração que sair da zona de conforto e incentivar a refazer e fazer de novo para melhor, não pode ser apenas para os outros ou para o vizinho. O chico espertismo, quando aplicado, tem de primeiramente assegurar servir o chapeu de quem fez.

Recorde-se Pepe Mujica, mais conhecido por ter sido Presidente do Uruguai de 2010 a 2015, com o seu carocha de trinta anos. Hoje, ninguém em seu perfeito juizo tem um carro utilitário com trinta anos de estrada. Normal hoje é trocar de carro, de preferência todos os anos, na pior da hipóteses até cinco anos e na maioria das vezes. Não porque o carro deixou de ter capacidade de transporte, mas porque passou de moda.

Alguém me dizia que tudo na vida é uma questão de prioridades. Até pode ser assim, com esta definição, porque a prioridade não está em sustentar o planeta.

A Dinamarca está a caminho, dentro de poucos anos, ser completamente auto suficiente em energia, com uma politica efectiva de instalação de energias renováveis, mas quem mais está nesta direcção? Quem mais está tomar as decisões certas para caminhar neste sentido? Estaremos perante formalizações de um sistema ou de facto as coisas estão a mudar e mudarão a tempo?

Desenvolvimento sustentável, com a finalidade de criar um sistema que se regenere. As coisas não morrem por si sós, apenas porque são consumidas, e ponto final, mas existirá um sistema que auto regenerará o meio, a capacidade. Não haverá um processo de apenas subtração. A reposição por meios que afectem positivamente todo o sistema.

O biólogo e professor universitário americano Barry Commoner, dizia: “A primeira lei da ecologia, é que tudo está ligado a todo o resto”. Talvez este seja um conceito de necessidade primária a ter em consideração, para evitar o desmoronamento. Todo este corpo é uno pelo que representa num sistema de interdependências. Há um cuidado acrescido pelos laços que estão a ser cortados.

A tendência de crescimento da população mundial é muito elevada e sabemos que a prazo, não será possivel sustentar todos os seres humanos que habitam na terra. Hoje morrem milhões de pessoas à fome, não porque falta comida, mas porque a comida não chega a essas pessoas. Hoje, há partes do mundo que nada comem de alimentos e outras partes que deitam ao lixo, toneladas de alimentos.

No ano de 1650 estima-se que a população mundial se situava nos 500 milhões de habitantes.

No ano de 1900, seriam cerca de 1,6 mil milhões.

No ano 2000, eramos 6,1 mil milhões (ou seja, em apenas 100 anos, a população da terra cresceu quase 4 vezes).

Estima-se que em 2050, sejamos cerca 10 mil milhões.

Não está apenas em causa a disponibilidade de recursos para sustentar toda a gente, mas e mais importante, assegurar a continuidade do sistema de sobrevivência e essa segurança passa exclusivamente pela criação de um sistema global de regeneração dos meios, todos eles.

A educação consciente, aquela coisa que pega nas pessoas e as leva a se assegurarem que é da sua inteira responsabilidade fazer pela vida no local onde habitam, ou então estamos todos tramados. Como isso é uma tarefa com um alcance inimaginável, ficará como que ao critério de boas vontades, ver no que isto dá. É certo que não é mais possivel continuar com o sistema do, vai-se gastando até ver, ver no que dá e ver se dá e isto não é mais um meio de lá chegar, que é isso que temos vindo a fazer.

Antigamente, já muito antes da actualidade, costumava-se dizer que é nossa obrigação deixar o mundo melhor do que o encontramos. Continua essa obrigação. Os meios que temos à disposição, sem bem superiores e maiores, do que o necessário para que isso aconteça. Não é uma questão de meios.

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